- Tudo o que você queria saber sobre implante dentário
O que são Implantes Dentais?
São artefatos modernamente
confeccionados em titânio, que são introduzidos à pressão ou rosqueados
dentro do osso dos maxilares (superior ou inferior) no lugar onde foi
perdido o dente natural, com o objetivo de suportar prótese dental, repondo
o(s) elemento(s) perdido(s).
Quanto antes colocados, em função da reabsorção natural do osso que
sustentava os dentes, maiores podem ser seu comprimento e diâmetro,
proporcionando melhores condições para uma adequada reabilitação oral, tanto
funcional, quanto estética.
Em situação ideal, podem repor um único dente perdido e, em situação
extrema, através de dois ou mais implantes permitem suportar uma barra que
dará estabilidade a prótese total (sobre dentadura).
Representam, depois de décadas de estudos e pesquisas, um dos maiores
avanços da Odontologia nos tempos recentes, dando esperança a quem já não
mais tinha.
Na Europa apareçam como
grandes centros de produção e introdutores de novidade e evolução.
Na Europa, o velho continente, a Suécia e a Alemanha disputam a vanguarda
e a liderança. Nos Estados Unidos, as mais importantes regiões produtoras
são a Califórnia e a Flórida, vindo do novo mundo a maior produção. Os norte
americanos, além de grandes produtores de implantes, são também os maiores
consumidores dos modelos europeus.
Para a América do Sul, o pioneirismo na fase dos osseointegrados, tanto no
uso como na produção, cabe aos argentinos. Especificamente no Brasil, de
oito anos para cá, começaram a ser produzidos implantes, os primeiros com
idealismo e um toque empírico típico de algo que inicia; evoluindo até os
dias de hoje com marcas que começam a apresentar melhoras, ficando por conta
das nossas universidades a avaliação de sua efetiva qualidade, através de
estudos de médio e longo prazo.
Como são fixados os implantes dentais?
Existem dois princípios
básicos de fixação dos implantes ao osso. O primeiro por rosqueamento (para
melhor entendimento, em um tipo de parafuso) e outro sob pressão (ou seja,
por penetração, como um prego batido).
Para os implantes de parafuso, é obtido um orifício menor que o do
implante a ser colocado através do uso de brocas com aumento progressivo de
diâmetro. Depois da broca é passado um artefato que promove a rosca no
tecido ósseo. Para os implantes a pressão, é confeccionado, também por
seqüência progressiva de brocas, um orifício de mesmo diâmetro e comprimento
do implante a ser colocado. Em ambos os casos, os implantes são mantidos
imóveis para permitir que o osso se una (“cole”) em sua superfície de
titânio (osseointegração).
Mais recentemente, um conceito que envolve os dois princípios (um pouco de
pressão e um pouco de rosca) adicionou o recurso de uma neoformação óssea
dentro do implante (que é em forma de cilindro oco rosqueado com janelas de
comunicação entre o osso da parte externa e o da parte interna).
Os implantes ficam aparecendo ?
Os primeiros implantes na
fase da osseointegração, e que em vista do pioneirismo ficaram muito
conhecidos, eram originários da Suécia, onde a primeira preocupação é com a
reabilitação da função, depois com a possibilidade de higienização e,
finalmente, com a estética.
Para os padrões da Odontologia brasileira, altamente exigentes no tocante
à estética, a primeira imagem dos implantes osseointegrados era de “muito
metal aparecendo”, o que não foi bem visto pelos pacientes e retardou
inclusive o processo de aceitação dos implantes da fase osseointegrada.
Gradativamente, inclusive por exigências estéticas dos norte-americanos e
por colaboração destes na solução dos problemas iniciais, as próteses sobre
implantes foram evoluindo, e hoje a maioria dos bons sistemas de implantes
brinda seus pacientes com belas soluções estéticas.
Quando o implantodontista é capacitado e exigente, o resultado final é tão
bom que muitas pessoas não são capazes de distinguir qual é o dente natural
e qual é o artificial da prótese sobre implantes.
Existe rejeição em implante dental?
A rejeição acontece quando
um órgão é transplantado de uma pessoa para outra (coração, rim, por
exemplo), por estabelecimento de uma defesa orgânica natural ao corpo
estranho, principalmente por este (o transplantado) ter vida e natureza
semelhante ao retirado.
Nos implantes dentários, não ocorre rejeição, primeiro porque não são
transplantes, e segundo porque não são órgãos e sim metais biocompatíveis e
bioinertes, que são implantados e não transplantados.
A confusão envolvendo rejeição nos implantes dentários pode ser
justificada por ocorrerem na Odontologia transplantes dentários, que
normalmente não são rejeitados por serem autógenos (mesmo doador e
receptor). Também colabora para esta idéia errada o fato de que, antes dos
implantes ficarem famosos, foram famosos os transplantes de coração do Dr.
Barnard, que revolucionaram a medicina, porém apresentaram insucessos que
ocorriam justamente devido à rejeição.
Implantes e transplantes são procedimentos distintos, até mesmo porque os
implantes não dão rejeição.
2. CURIOSIDADES SOBRE IMPLANTE DENTÁRIO
Os implantes dentarios podem ser colocados no consultório ?
Na fase inicial dos
osseointegrados, tanto no Brasil como em outros países, os pioneiros
realizavam suas cirurgias em ambiente hospitalar, exatamente por entenderem
que parte dos riscos quanto ao sucesso dos implantes estava ligada à
esterilização. Este procedimento fazia com que se associasse a idéia de
altos custos à colocação dos implantes.
Com o uso de autoclaves nas clínicas odontológicas e a adoção de um elenco
de medidas no tocante à assepsia, por parte dos profissionais que se dedicam
a Implantodontia, a colocação de implantes em consultórios preparados para
este fim é tão segura quanto a realizada em hospitais.
O que levou de início alguns dos pioneiros a buscar hospitais foi o fato
de que, naquela primeira fase, os pacientes operados eram, em sua maioria,
casos grandes e extremos, necessitando colocação de muitos implantes em
quase toda extensão dos maxilares.
Nos dias de hoje, com a Implantodontia evoluída e bem aceita, o mais comum
é, constatada a falência de um dente, sua retirada e a colocação imediata de
um implante em procedimento simples e seguro, realizado no próprio
consultório.
Quanto tempo demora a colocação de implantes dentais?
Depende principalmente da
quantidade de implantes a serem colocados. Para o caso da colocação de um só
implante, todo o procedimento pode variar de 20 a 40 minutos. Alguns
procedimentos são os mesmos quando colocados um ou cinco implantes
(preparação da mesa cirúrgica ou paramentação do profissional, por exemplo).
Assim sendo, uma colocação de cinco implantes, que matematicamente
demandaria duas horas e meia aproximadamente, pode ser realizada em uma hora
e meia.
Esse tempo total poderia ser abreviado e, na maioria dos casos, só não é
por procedimentos de segurança do paciente e profissional, tais como:
preparo do leito ósseo que irá receber o implante em frezado (perfuração)
seqüencial progressivo ou preparo adequado de prótese provisória que o
paciente usará.
Especificamente, a colocação simples de um implante é um ato rápido,
envolvendo cinco a 10 minutos para cada implante, em procedimento que, na
maioria das vezes, nem é percebido pelo paciente, muito embora o anestésico
usado seja somente o de efeito local. O maior ou menor tempo necessário para
colocação, depende de fatores relacionados à quantidade do osso da área a
ser implantada, que algumas vezes exige maior tempo de preparação.
É dolorosa a cirurgia para colocação de implante dental ?
Não. A dor não existe nem na
colocação e nem no preparo da loja óssea para colocação do implante. Isto
não só é constatação da esmagadora maioria dos pacientes de implantes, como
depoimento particular deste autor, que já foi paciente de dois atos para
colocação de três implantes. Já tendo passado por tratamento de canal,
desgaste para remoção de cárie e extrações, a colocação de implantes foi,
dentre todos, a que menos senti.
Colaboram para isto os modernos anestésicos, de maior potência e efeito
mais prolongado e também os pré-anestésicos em forma de spray ou pomada, que
nos impedem de sentir inclusive a penetração da agulha.
Outra vantagem no tocante à dor na colocação dos implantes reside no fato
de o tecido ósseo, diferentemente do tecido mole, não conter ramificações
nervosas, motivo pelo qual os procedimentos nele realizados não são
percebidos.
Como depoimento, na segunda cirurgia para colocação de implantes, estava
tão tranqüilo que dormi, tal a segurança que tinha, fruto de nada ter
sentido na primeira.
Existe uma idade limite para colocar implante dentario ?
Desde que as condições
gerais do candidato a implantes não contra-indiquem uma cirurgia de pequeno
a médio porte, não existe nenhuma limitação quanto à idade para recebimento
de implantes dentários.
Em países do primeiro mundo, onde os cuidados com a saúde bucal são
maiores, a maioria dos que recebem implantes tem idade mais avançada, visto
que é somente nesta faixa que perdem seus dentes. Existem na literatura
citações de vários pacientes que se submeteram a implantações em idades
acima dos 80 anos.
Mesmo não havendo restrições e sendo os riscos quase inexistentes neste
tipo de cirurgia, sempre é oportuno consultar o médico que habitualmente
esclarece o paciente sobre a oportunidade cirúrgica e possíveis precauções a
serem tomadas.
Em pacientes com mais idade, os resultados costumam ser melhores pela
colaboração psicológica, determinação e seguimento correto das orientações,
além do fato de que, para esses pacientes, as expectativas não são
excessivamente otimizadas.
Crianças podem receber implantes ?
A partir do momento em que
completarem o período de crescimento ósseo facial, o que pode ser
determinado por estudos de cefalometria feitos por ortodontistas, crianças
estão aptas para receber implantes.
A razão pela qual deve ser aguardada a idade óssea ideal não é o
metabolismo, mas sim a possibilidade de os implantes, colocados antes desta
idade sofrerem modificações quanto à sua posição pelo próprio crescimento, o
que pode vir a alterar o planejamento da prótese.
Se outros motivos mais fortes determinarem a implantação antes desta
idade, os resultados quanto a osseointegração dos implantes serão iguais ou
até melhores do que em pacientes de mais idade, visto que as respostas de
organismos mais jovens são melhores.
Existe caso relatado na literatura implantológica brasileira, onde é
mencionado um caso de paciente de quatro anos de idade. Este dado é
importante para eventual necessidade de implantação antes de completado o
período de crescimento facial.
Quem tem diabetes pode colocar implante ?
O diabetes não é uma
contra-indicação absoluta para a colocação de implantes dentários. O
importante é o paciente a ser implantado nestas condições mantê-la
controlada, especialmente durante o período de osseointegração.
Relatos de insucessos de implantes em pacientes diabéticos estão quase
sempre relacionados a pessoas que desconheciam o problema e o
implantodontista não teve sua atenção voltada para o detalhe, provavelmente
por falta de exames de sangue pré operatórios ou por pacientes que, na época
dos exames, mantinham-na controlada e por motivos alheios a vontade ou
desatenção, descompensaram justo durante o período da osseointegração.
Não existe perda ou problema maior nestes casos. O prejuízo maior é a
perda do implante, o que não impede que seja realizada uma nova implantação
que, se ocorrer em condições ideais, tem todas as possibilidades de ser bem
sucedida.
Como os implantodontistas preocupam-se com uma série de detalhes antes da
implantação, é recomendável que os pacientes nesta condição, já na primeira
consulta, revelem o fato e realizem um controle mais estrito nos meses
seguintes à colocação dos implantes.
AS DOENÇAS DAS GENGIVAS IMPEDEM A COLOCAÇÃO DE IMPLANTES ?
A principal causa da doença
das gengivas que leva à formação da placa bacteriana é a má higiene oral.
Pacientes relapsos ou desorientados quanto aos recursos e necessidade de uso
de escova, fio dental, escova unitufo, escova e higienizador interdental,
fita dental, super floss e toda a gama de dispositivos para a adequada
higiene oral, fatalmente perdem seus dentes por má ou pobre higienização.
Provavelmente, se mantida a mesma atitude, perderão também seus implantes
pelo mesmo motivo. Boa conscientização é pensar que a primeira e segunda
dentição foram cortesias do Criador e que nada pagamos por elas. A terceira
dentição, além de paga é relativamente custosa, o que nos deve levar a
valorizá-la mais e cuidar para mantê-la, através de uma ótima higiene oral.
Os periodontistas (especialistas em doenças da gengiva) dispõem de
programas de higiene oral com orientação segundo o grau de risco que cada
paciente apresenta. São boa forma de manter melhor seus dentes ou implantes.
PACIENTES CARDÍACOS TAMBÉM PODEM SER IMPLANTADOS ?
Como se trata de possíveis
contra-indicações gerais, que saem da área de domínio do profissional da
Odontologia, deve ser buscada a acessoria do médico cardiologista.
De acordo com o estado do paciente, as contra-indicações de ordem médica
podem ser crônicas (que impedem a cirurgia para sempre) ou temporárias
(permitem a cirurgia após cessada a causa que a impedia).
A oportunidade cirúrgica será determinada em função do estado atual do
paciente, grau de necessidade da cirurgia e seu risco, por quem acompanhe o
paciente há tempo suficiente para uma avaliação adequada.
Devem ser tomadas as devidas precauções para monitoramento cardíaco, de
preferência com a presença do cardiologista do paciente, se a cirurgia for
de porte médio.
HIPERTENSOS PODEM RECEBER IMPLANTES ?
O risco não é a própria
cirurgia, pois ela em si em nada interfere na presão arterial e seus
determinantes. A cautela maior, e que é sempre motivo de preocupação, é a
possibilidade de que hipertenso, desnecessariamente atemorizado, tenha algum
acidente cardiovascular durante o ato cirúrgico.
Por precaução, deve o paciente portador de hipertensão revelá-la ao
cirurgião-dentista antes da intervenção e buscar, com seu próprio médico,
orientação adequada, preparatória à cirurgia. Para os casos simples, um
diurético e um relaxante podem, sob orientação médica, ser a solução.
Um depoimento: nas duas cirurgias para colocação de implantes a que me
submeti, na primeira era hipertenso e não sabia (pouco tempo depois, foi
confirmada a hipertensão); na segunda, já sabedor e com a pressão
controlada, nenhuma alteração ocorreu e os implantes estão perfeitamente
osseointegrados. Do ponto de vista do metabolismo, nenhuma interferência
ocorre na reparação óssea ao redor dos implantes.
Grávidas podem receber implantes?
Todo e qualquer procedimento
cirúrgico nos três primeiros meses da gravidez não é recomendado, em função
dos riscos quanto a uma possível interrupção da gravidez.
Como critério, se a implantação não for de emergência, necessária e
inevitável (casos de acidentes com perda traumática dos dentes), a
implantação neste período não é aconselhável.
Soma-se a isso o fato de haver alteração na taxa hormonal, que se por um
lado não é determinante de insucesso nos implantes, por outro é um risco a
mais, principalmente se desnecessário.
Considerar que, após o parto, a mulher terá um adequado período de
disponibilidade (a osseointegração em geral envolve três a quatro meses) e
principalmente tranqüilidade para colocação dos implantes, incluindo dieta
especial e fator psicológico positivo.
QUANTO TEMPO DEMORA TODO O TRATAMENTO ?
Varia bastante em função da
extensão do caso a ser resolvido. Em linhas gerais, os casos simples levam
de quatro a cinco meses, e os mais complexos demandam de seis meses a um
ano.
Neste tempo está incluída a espera para obtenção da osseointegração
(aproximadamente três meses), que na maioria das vezes é maior que o tempo
do próprio tratamento. Não estão incluídos casos de enxertos, quer de
tecidos moles (gengivas), quer de osso, em que podem ser necessários de seis
meses a um ano de espera, porque estes são casos mais raros.
O tempo entre a primeira consulta, radiografias, planejamento, exames até
o momento da colocação dos implantes, em geral não ultrapassa 30 dias.
Depois de feita a abertura dos implantes, o tempo médio entre moldagem,
confecção da prótese no laboratório, provas, ajustes e colocação definitiva,
varia entre 30 e 60 dias, aqui também não estando incluídos os casos de
exceção que, em função de outros procedimentos, fazem com que este tempo
aumente.
Estes prazos são médios e consideram disponibilidades de tempo do paciente
para todas as consultas necessárias e um profissional com agenda não
sobrecarregada, que possa atender o paciente, quando necessário, sem ter que
aguardar períodos muito longos entre uma consulta e outra.
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Fonte: www.odontex.com.br em 23/fev/05